segunda-feira, 16 de maio de 2011

Letter to someone else (an aswer)

"Eu sei que vc tem medo de amar. Quem não tem? Dizer "eu te amo" é assumir o risco de se decepcionar e de sofrer - independente se é para amigos, namorado.. - mas, renunciar esse sentimento é assumir a indiferença. Quem não se rende ao amor, nao sofre. Mas, não há como evitar o sofrimento sem evitar a felicidade.

"Sometimes life hits you in the head with a brick", but we're supposed to keep moving on. Ninguém é igual a ninguém. Fico feliz de saber que, comigo, esse medo de amar é menor. Mas o que eu quero, de verdade, é te ver preparada para amar os outros, também. "The only thing that kept me going was that I love what I did". Pode parecer clichê, mas o amor é o que nos move; amor a alguma coisa ou a alguém, mas sempre o amor.

Eu sei que vc tem motivos para não acreditar no amor, mas sei que voce tem razoes para acreditar na amizade e esta é nada além que uma variaçao daquele. Another kind of love, but love, still.

E sempre que vc tiver esquecido de todas essas razões, eu estarei aqui para te lembrar, minha irmã."

Eu não sei se o correto a dizer é: “eu estou com medo do amor” ou se é “eu não acredito no amor”. Como costumamos temer coisas que não existem, acho que minhas angústias blasés pelo menos fazem sentido.
Ao dizer que acho que não acredito mais no amor, me sinto mal, livre e presa ao mesmo tempo. Livre de ter que encontrar alguém e presa porque, bem, ficarei presa a mim mesma, não me dividirei com ninguém. Me sinto mal porque é como dizer para uma criança que o Papai Noel não existe. Eu sinto como se destruísse os meus sonhos da infância. De repente, o “querida, cheguei!” já não me parece tão atraente. Mas a vida solitária também não me atrai. Eu não quero cair no estereótipo da vida burguesa, com um apartamento bom, um carro bom, terninhos bons, um marido bom, bons filhos, uma boa vizinhança... Isso seria uma catástrofe, acho que seria o possível esvaziamento do meu sujeito. Mas, ao mesmo tempo, não suporto a ideia de ficar em casa, na minha poltrona de couro marrom, entre a luz de abajures, com a companhia de 4 gatas e um copo de uísque. Ficar com os meus pais até os 30 anos está fora de cogitação.
O amor não existe. Namoros e casamentos estão fadados ao “fracasso” (porque não precisa durar para ser bem-sucedido). Porque um vai sempre amar mais um do que o outro, e esse que ama menos ou que não ama vai fazer alguma bosta monumental e vai arruinar tudo, inclusive vidas. Amor é uma felicidade ilusória e, quando você percebe isso, você sente uma dor real.

“Sejam burros e felizes”. Ah, por que eu não segui esse conselho? Um pouquinho só de inteligência é um problema gigante. Se eu fosse burra (ou mais inteligente, não sei), conseguiria estar por aí, ainda acreditando que meu príncipe um dia chegaria. Enquanto o príncipe não chegasse, eu estaria sofrendo na mão de sapos-vilões.
Eu tenho medo de amar porque amor é entrega de si mesmo, e eu não posso ficar vulnerável de novo. Se eu nunca for pra praia eu não sentirei a sensação deliciosa que é ter o sol batendo na minha pele – mas também dificilmente pegarei um câncer de pele. Não tem como evitar o sofrimento sem evitar a felicidade também, eu sei, mas, no momento, eu preciso evitar o sofrimento. Acho triste ter um coração de pedra, mas não posso ser humana por enquanto. Eu não vou aguentar passar por tudo aquilo de novo. E eu sei que cada um é cada um, mas, se aconteceu com uma pessoa que eu nunca, em hipótese nenhuma, diria que faria isso comigo, o que impede que aconteça de novo? A verdade é que a gente não conhece e nunca vai conhecer bem o outro, ou até nós mesmos. E eu entendo o outro, mesmo, mas ainda assim o culpo – apenas para manter uma fina sanidade mental. Sabe como é, todos nós precisamos culpar alguém...
Com amizades é diferente. Felizmente nunca fui sacaneada por amigas(os), então ainda consigo amar minhas amigas, mas sempre com um pé atrás. Acho que nunca mais (e isso não é uma hipérbole) nunca mais conseguirei confiar plenamente em alguém, por mais minha amiga que a pessoa seja. Acredite, eu não confio plenamente nem em mim. 
Ah, eu poderia ficar aqui o dia inteiro escrevendo sobre o que eu sinto e o assunto nunca se esgotaria... mas cansei de escrever. Então eu só quero agradecer pelo seu amor e pela sua paciência, sis. Do fundo do meu coração meio de pedra. Eu te amo, sim, mas é um amor diferente e estranho.
Obrigada por tudo :)

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