segunda-feira, 25 de abril de 2011

Chocolat and cigarrettes

Precisava desesperadamente de um cigarro.


Não fumava e nunca fumara antes. Mas, inexplicavelmente, precisava de um cigarro para se acalmar. Além disso, com uma minissaia, uma blusa decotada e um RayBan Wayferer de aro branco, um cigarro entre seus dedos era tudo que faltava para completar seu visual de “junkie-perdida-na-vida”. Não era o que ela queria que estivesse entre os seus dedos, mas era o que ela podia colocar naquele momento. Mas aí ela lembrou que detestava o cheiro que a nicotina deixava em quem fumava e, por hora, desistiu de fumar. Ao invés disso, tirou um pedaço de chocolate da bolsa e tentou colocar tudo o que sentia naquele quadradinho doce. Ela queria poder engolir seus sentimentos e confusões, para que tudo pudesse sair de seu corpo depois.
O chocolate não a acalmara, mas ela sabia que fumar também não adiantaria. Era só um modo implícito e quase inconsciente de se matar – e o chocolate poderia matá-la com muito mais rapidez, de um modo muito mais agradável e, o melhor, sem levantar suspeitas. Fala sério, e ainda era Páscoa!! Quem vai imaginar que uma menina comendo um inofensivo chocolate está tentando se matar?

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